Olhares sobre o FC2017: Agora (Márcia)


Tema: Agora
Intérprete: Márcia
Compositor: Márcia
Letra: Márcia



Aaron Garcia-Alvarez: Música intimista, sentimental, bem conseguida, mas sempre linear, poderia perfeitamente estar numa final do festival da canção mas fiquei a espera de algo que não chegou. É 100% alma de Portugal mas, nesta noite, ouviram-se músicas melhores. 6 pontos

Eurico Alves: Não se estava à espera que a Márcia compusesse uma Mea Culpa, precisamente porque tem um estilo próprio, é-lhe fiel e foi por isso que foi convidada a participar no FC2017. A ideia de convidar os mais renomeados compositores da actualidade é boa mas ao mesmo tempo devia-se ter em conta que se pretende uma canção para a Eurovisão e aí estes 2 critérios não conjugaram bem em muitos casos. A culpa é obviamente da RTP que foi quem endereçou os convites e deu carta-branca aos compositores. Assim sendo a Márcia foi muito competente com esta composição, que pode perfeitamente passar numa rádio e tornar-se num sucesso como A Insatisfação, mas não é algo para o FC/ESC (por si só até valeria a pena estar no FC, mas como este só existe e deve existir para escolher uma canção para o ESC, deixa de fazer sentido). Por fim fica a minha insatisfação para com o facto da RTP ter revelado a ordem de classificação da semifinal; era preferível ter feito como nos anos anteriores e dizer apenas quem passava à final; poupava a desilusão dos últimos lugares (que só aí ficaram por se pretender uma canção para o ESC) e não se sabia de antemão qual a canção favorita, evitando especulações caso na final a votação seja contrária à da semifinal. 2 pontos

Fabiana Silva: Gosto muito da delicadeza da balada de Márcia, da forma como essa suavidade combina com sua voz, mas é uma música que, infelizmente, não nos leva a lugar nenhum. A melodia é muito lenta e plana, sem nenhum momento que nos surpreenda. Para uma competição como a Eurovisão, você só tem três minutos para impactar seu público e Agora fica bem longe disso. O que, sim, me impressionou foi a tranquilidade da cantora no palco, a forma como ela consegue transmitir a mensagem de sua canção com propriedade. 4 pontos

João Diogo: Agora é uma canção bastante sóbria e com qualidade, bem ao estilo de Márcia, mas claramente para consumo interno. A tarefa de abrir as hostilidades parece ter afetado um pouco Márcia, visto que começou nervosa. Pareceu-me ter também a voz um pouco rouca, não estando por isso nas melhores condições para defender a canção. Não me espanta ter ficado pela semifinal, mas o último lugar é muito injusto. Ponto positivo por ter assumido a tarefa de defender o seu próprio tema. 5 pontos

Luís Florindo: Plana, insípida e tremendamente aborrecida. Se o Festival logrou atrair espectadores tê-los-à perdido ao fim de 30 segundos desta canção. A audiometria assim o prova, a pior maneira de começar. Completamente desprovida de alma e presença, voz fraca e imagem fria e distante. 2 pontos

Nelson Costa: Márcia foi fiel às suas características de escrever, compor e interpretar num estilo muito próprio e que lhe tem dado frutos na sua carreira. Agora é uma canção que já está na minha playlist de canções introspetivas, bem escritas e musicadas. Assumo, até, que se trata de uma das melhores composições de sempre de Márcia, devendo por isso merecer um lugar de destaque nos seus concertos e no próximo álbum. Contudo, a RTP entra em permanente contradição quando, ao mesmo tempo, afirma que o objetivo no Festival é selecionar uma canção para um concurso europeu chamado Festival Eurovisão e, por outro, assume junto dos compositores que esse não é objetivo… um e outro pressuposto poderão não ser compatíveis, como acontece precisamente com esta canção. Ou alguém acredita que Agora se iria destacar no palco específico da Eurovisão? Ponto negativo nesta e noutras participações: o coro apresenta-se com cavaletes de partituras no palco. Na minha opinião, esse facto demonstra uma falta de brio profissional, não se vê tal em nenhum festival de música moderna ou programa de televisão do género na Europa. Se os coros não tiveram tempo para decorar as letras, o velhinho teleponto resolveria bem a questão. Os meus pontos vão para o poema e melodia muito bonita e para o facto de Márcia não ter tido medo de cantar a sua própria composição, ao contrário da grande maioria dos compositores. 6 pontos.

Nuno Carrilho: Márcia teve a tarefa mais difícil da noite: ser a primeira a subir ao palco do Festival da Canção. Agora é um tema suave e com uma qualidade incontestável, fugindo um pouco aos anteriores temas da cantora, e deverá marcar presença na banda sonora de uma telenovela nos próximos meses... Contudo, não era uma boa proposta para o Festival Eurovisão. O único ponto negativo a apontar foi a interpretação: provavelmente consumida pelos nervos, Márcia ficou muito aquém do apresentado anteriormente. Não merecia o último lugar da noite...7 pontos

Patrícia Gargaté: Este tema tem um poema bonito e coloca em prática tudo o que foi proposto pela RTP no Festival da Canção. Faz um festival para celebrar a música portuguesa. O problema é que se esqueceram no pequeno grande pormenor da Eurovisão. Completamente contextualizada no panorama musical português e 100% fiel ao estilo da Márcia, mas claramente fraca para a eurovisão. E atenção que eu não defendo que no ESC tem que ser tudo animado e o "tipico som festivaleiro", essa ideia já era! Mas esta música no ESC também já foi. 3 pontos

Pedro Coelho: É um mar de suavidade que nos invade com a primeira canção desta primeira semifinal do Festival da Canção. Márcia assina a sua própria música e essa marca é visível no romance leve que flui por toda a música, também muito marcada pelo timbre rouco da cantora. Acredito que tenha sido prejudicada por ter sido a primeira no desfile de canções, e tenho pena que não tenha oportunidade de marcar presença na final. 6 pontos.

Raquel Costa: Márcia being Márcia. Não estava à espera de outra coisa que não uma balada doce, com uma letra bem construída. Gostei de ver Márcia arriscar num registo mais agudo, no refrão. Agora tem um dos melhores arranjos musicais desta semifinal (uma nota: havia uma discrepância enorme, de música para música, na qualidade dos arranjos. Não era suposto haver, digamos assim, um controlo de qualidade?). É uma canção excelente para uma banda sonora de uma novela e tem potencial ‘orelhudo’ para rádio. 6 pontos

Rui Lavrador: Márcia levou Agora, um tema da sua autoria na composição e letra. Embora com uma letra bonita que fala de afetos e contando com excelente interpretação, é um tema pouco vigoroso para um festival, mas com qualidade para um disco com a qualidade que Márcia já habituou os portugueses. 1 ponto

Rui Ramos: Márcia teve a difícil tarefa de abrir o festival, numa semifinal em que o género musical não fugiu disto. Não se destacou e o nervosismo demonstrado na atuação ajudou à sua não passagem. Gosto desta melodia simples e gosto da voz da Márcia. Não teve sucesso no festival mas acredito que o terá nas rádios portuguesas. 3 pontos


Total: 51 pontos
Nota: Os comentários de Fabiana Silva estão escritos em português do Brasil dada a origem da autora

2 comentários:

  1. Sempre o mesmo argumento..."a música não é indicada para a Eurovisão". Se todos os países apostassem sempre na chamada "fórmula eurovisiva", o concurso tornar-se-ia monótono e sem alma. Portugal tem de apostar na diferença e acho bem que a RTP tenha pedido aos compositores para serem eles próprios. Mais vale isso do que um João Só em 2012... Outra coisa que me faz confusão é muitos dos comentadores dizerem que é uma boa música, mas para a Eurovisão já é má... Na minha opinião, se uma música for boa em Portugal, também o será na Suécia ou na China! Não faz sentido!

    No entanto, concordo com a opinião da maioria dos comentadores quando dizem que a música não merecia o último lugar!

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